Índice de confiança do agronegócio registra 116,3 pontos e alcança melhor resultado trimestral desde o começo do ano

ÍNDICE DE CONFIANÇA DO AGRONEGÓCIO REGISTRA 116,3 PONTOS E ALCANÇA MELHOR RESULTADO TRIMESTRAL DESDE O COMEÇO DO ANO

O Índice de Confiança do Agronegócio (IC Agro) fechou o terceiro trimestre de 2022 em 116,3 pontos, um crescimento de 6,1 pontos sobre o levantamento anterior e de 5,4 pontos sobre o primeiro trimestre de 2022, configurando o melhor resultado do ano.

A alta pode ser atribuída em boa parte a uma melhora generalizada na avaliação sobre a economia brasileira, coincidindo com o comportamento de alguns indicadores no período em que as entrevistas foram realizadas. Houve queda no risco Brasil, a inflação cedeu lugar a um quadro deflacionário como resultado da alta de juros e da queda dos preços dos combustíveis, e melhoraram as projeções para o crescimento do PIB em 2022.

O índice de todos os segmentos pesquisados – agricultores, pecuaristas e indústrias situadas antes e depois da porteira – se manteve acima de 100 pontos, na faixa considerada otimista pela metodologia do estudo. O único grupo em que houve um ligeiro recuo no nível de confiança foi o das Indústrias de Depois da Porteira, no qual encontram-se as empresas de alimentos, para as quais o esfriamento no consumo devido à alta dos juros não é uma boa notícia.

Índice de Confiança da Indústria: 117,3 pontos, alta de 4,2 pontos

O nível de confiança das empresas que compõem a cadeia produtiva do agronegócio cresceu 4,2 pontos do segundo para o terceiro trimestre de 2022, fechando em 117,3 pontos – um patamar considerado otimista. O resultado, no entanto, é composto de um aumento no entusiasmo das indústrias situadas Antes da Porteira (insumos agropecuários) e um ligeiro recuo no otimismo daquelas que estão Depois da Porteira (como é o caso do setor de alimentos).

Indústria Antes da Porteira (Insumos Agropecuários): 128,0 pontos, alta de 18,2 pontos

As Indústrias Antes da Porteira fecharam o terceiro trimestre de 2022 com o nível de otimismo mais elevado desde o início do levantamento do Índice de Confiança: 128,0 pontos, alta de 18,2 pontos.

De acordo com o diretor do Departamento de Agronegócio da Fiesp, Roberto Betancourt, o resultado reflete as mudanças positivas nas condições desse setor.

“O ano começou com preços em alta e insegurança quanto ao fornecimento de matérias-primas, problemas que desde então foram amenizados, tornando as relações de troca um pouco mais favoráveis para os produtores. Isso explica parte da melhora na avaliação do mercado tanto de fertilizantes quanto de agroquímicos, apesar das cotações desses produtos ainda estarem operando em patamares elevados”, explicou Betancourt.

Indústria Depois da Porteira: 112,7 pontos, queda de 1,8 ponto

O índice de confiança das Indústrias Depois da Porteira caiu 1,8 ponto do segundo para o terceiro trimestre, fechando em 112,7 pontos. A melhora na avaliação sobre as condições gerais da economia manteve o indicador em um patamar positivo, mas não foi suficiente para compensar a piora na percepção a respeito das condições do negócio.

“Os dados mais recentes do IBGE mostram um recuo na produção física nas indústrias de alimentos, um dos principais setores do chamado Pós-Porteira”, indicou Betancourt. “Para os exportadores, como as tradings, o resultado também foi influenciado pela perspectiva de esfriamento no comércio global devido à desaceleração da economia em várias partes do mundo”, acrescentou.

Índice de Confiança do Produtor Agropecuário: 115,2 pontos, alta de 8,9 pontos

A confiança dos produtores agropecuários, que vinha de uma sucessão de quedas em quatro levantamentos consecutivos, voltou a se recuperar do segundo para o terceiro trimestre. A alta foi de 8,9 pontos, para 115,2 pontos. Melhoraram tanto a avaliação sobre as condições do negócio quanto a percepção a respeito das condições gerais da economia.

Produtor Agrícola: 118,2 pontos, alta de 11,0 pontos

O nível de entusiasmo dos produtores aumentou nesse levantamento, saindo de um patamar moderado no início do ano e estabelecendo posição mais otimista nesse terceiro trimestre de 2022. A alta foi de 11,0 pontos, chegando a 118,2 pontos. A percepção relacionada ao crédito se recuperou após chegar, no relatório anterior, a um dos patamares mais baixos da série histórica – um resultado que reflete o aumento na liberação de recursos para custeio após o anúncio do Plano Safra. Além disso, as recentes quedas nos preços dos insumos amenizaram o pessimismo com os custos de produção.

“Os bons resultados da segunda safra de milho recém-colhida e as condições climáticas favoráveis para o plantio das lavouras de verão da temporada 22/23 também contribuíram para manter o ânimo dos agricultores”, destacou o diretor da Fiesp.

Produtor Pecuário: 106,1 pontos, alta de 2,3 pontos

O otimismo dos pecuaristas se mantém como o mais moderado dentre todos os segmentos pesquisados: 106,1 pontos, alta de 2,3 pontos. Assim como aconteceu com os agricultores, houve uma melhora na percepção relacionada ao crédito, já que houve um crescimento significativo do volume de recursos disponibilizados para essa safra, em que pese taxas de juros mais elevadas. Os custos de produção também passaram a ser avaliados com mais otimismo, refletindo o recuo nas cotações das rações e dos fertilizantes (especialmente no caso da ureia). Há mais pessimismo, porém, em relação aos preços recebidos por esses produtores, acompanhando as recentes quedas nas cotações do boi gordo.

Sobre o ICAGRO

Índice de Confiança do Agronegócio, o IC Agro, avalia a percepção das indústrias de insumos e transformação ligadas ao Agro, além das cooperativas e produtores, em relação à uma série de indicadores econômicos e de competitividade do setor.

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Fonte: FIESP

Área de plantio de arroz e feijão encolheu mais de 30% em 16 anos, com o avanço da soja e do milho

Área de plantio de arroz e feijão encolheu mais de 30% em 16 anos, com o avanço da soja e do milho

A área de plantio da tradicional dupla do prato feito brasileiro, arroz e feijão, teve uma forte redução em relação a 2006, quando o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) passou a divulgar o Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA).

Boa parte dessa área foi direcionada para as culturas de soja e milho, que, por sua vez, vêm batendo recordes de produção.

Os dois grãos (soja e milho) são commodities, ou seja, matérias-primas para a indústria, que são negociadas em bolsas de valores internacionais e exportadas como ração para animais de criação, como bois e porcos.

A principal compradora de grãos é a China, um dos países que ajudou a impulsionar o crescimento populacional do mundo, que chegou a bater a marca de 8 bilhões de pessoas neste ano. O número da população chinesa, contudo, deve ser ultrapassado pela Índia, em 2023, grande compradora de óleo de soja do Brasil.

Já o arroz e o feijão, produzidos em boa parte pela agricultura familiar, são focados em abastecer o mercado brasileiro. Seus preços variam de acordo com o tamanho da produção, procura e negociações entre agricultores e a indústria.

Em 16 anos, a área de plantio de arroz caiu praticamente pela metade (-44%) no país, enquanto a do feijão encolheu 32%. No mesmo período, a de soja quase dobrou (+86%), ao passo que o milho avançou 66%.

Apesar disso, o agricultor consegue colher, atualmente, mais arroz e feijão por área do que há 16 anos. Esse aumento de produtividade, contudo, não se traduziu em um aumento das colheitas.

Por que a área de arroz e feijão diminuiu?
O principal motivo para a redução da área do arroz e do feijão foi o avanço da soja e, mais recentemente, do milho sobre esses territórios, afirmam agricultores entrevistados.

No caso do arroz, que tem o seu polo produtor no Rio Grande do Sul, houve ainda a substituição de plantios pela pecuária, conta Carlo Antônio Schifino, associado da Cooperativa Arrozeira Palmares, em Palmares do Sul (RS).

Enquanto o faturamento da soja e do milho aumentou 355% e 310%, respectivamente, a receita com o arroz e o feijão ficou praticamente estável em 16 anos.

Schifino conta que a soja começou a entrar em áreas do arroz em um sistema de rotação, ou seja, que alterna as duas culturas em uma mesma terra, em épocas diferentes. Ela favorece a nutrição do solo por agregar nitrogênio.

“Porém, de 5 anos para cá a soja pegou um ritmo mais forte. Ela deixou de ser só participativa e, hoje, algumas áreas já produzem mais soja do que arroz e feijão, por exemplo”, diz Schifino.

O trigo é outro produto que deve entrar no jogo. Mais recentemente, ele tem sido cotado para substituir as áreas de arroz, afirma Felippe Serigati, professor e coordenador do mestrado profissional em Agronegócios da Fundação Getúlio Vargas (FGV).

Expectativa

A área plantada de feijão deve encolher mais 1,048 milhão de hectares na próxima década, segundo estimativa do Instituto Brasileiro do Feijão e Pulses (Ibrafe). Já a do arroz deve diminuir 1,046 milhão de hectares.

Cada hectare corresponde a um pouco mais de um campo de futebol, cerca de 10.000 m².

A situação do feijão é mais crítica por ser um grão muito sensível ao clima e um cultivo com menos avanço tecnológico que o arroz, diz Laercio Dal Ross, gerente da agroindústria da Cooperativa Agrícola Mista Nova Palma (Camnpal).

Caro de produzir

Além de serem menos rentáveis que a soja e o milho, o arroz e o feijão têm um custo de produção mais elevado, diz o presidente da Federação das Associações de Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz), Alexandre Velho.

Para cultivar milho, um produtor do estado gasta, em média, R$ 7 mil por hectare. Com a soja, esse custo chega a R$ 8 mil.

Já no arroz, essa despesa pode chegar a R$ 14 mil, mostram dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), estatal do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) que gere políticas de abastecimento interno.

O órgão não tem dados do custo de produção do feijão no Rio Grande do Sul para 2022. Mas, em Taquarituba (SP), por exemplo, o gasto tem rodado a um nível semelhante ao do arroz: R$ 14 mil. Em Ponta Grossa, no Paraná (principal estado produtor), o valor é menor: R$ 8,5 mil.

Segundo Velho, a lavoura de arroz gasta, por exemplo, muito mais com irrigação e mão de obra do que a de soja. “Enquanto na lavoura de arroz eu preciso de 1 funcionário para cada 50 hectares, a de soja precisa de 1 funcionário para cada 200 hectares”, acrescenta.

Colheitas diminuíram

A redução da área de plantio foi compensada pelo aumento da produtividade, o que significa que, hoje, o produtor consegue colher mais arroz e feijão por hectare do que há 16 anos.

“As primeiras áreas de arroz abandonadas foram as de menor potencial. Hoje, há uma concentração da produção em número menor de produtores e em terras mais produtivas”, conta a diretora-executiva da Associação Brasileira da Indústria do Arroz (Abiarroz), Andressa Silva.

Ainda assim, as colheitas diminuíram de 2006 para cá. A safra do arroz, por exemplo, teve uma redução de 7,7% no período, para 10,6 milhões de toneladas. Já a do feijão caiu 9,5%, para 3 milhões de toneladas.

Por que, mesmo assim, não falta arroz e feijão?
A produção de arroz e feijão tem sido compatível com o consumo da população, segundo dados da Conab.

Um dos fatores que contribuiu para certa estabilidade entre procura e demanda foi a diminuição das compras dos dois grãos.

De 2008 a 2018, a média de consumo diário de feijão por pessoa, por exemplo passou de 183 gramas para 163,2 gramas. No caso do arroz, essa média recuou de 160,3 gramas a 131,4 gramas, mostra a Pesquisa de Orçamentos Familiares do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Durante algum tempo, principalmente nos anos 2000, a redução do consumo de arroz e feijão esteve relacionada ao aumento do poder de compra das famílias, fator que incentivou uma maior variedade do cardápio, lembra Nilson de Paula, professor do Departamento de Economia da Universidade Federal do Paraná (UFPR), especializado em Segurança Alimentar.

Por outro lado, a situação hoje é de falta de recursos da população para acessar alimentos, destaca.

Inclusive, cerca de metade das famílias que deixaram de comprar arroz, feijão, vegetais e frutas nos últimos três meses (até setembro) convivem com a insegurança alimentar moderada ou grave, mostra pesquisa da Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional (Rede Penssan).

Quais as consequências da redução e como revertê-las?
A falta de incentivos ao plantio de arroz e feijão traz riscos para a segurança alimentar no futuro, diz Nilson de Paula, da UFPR.

Isso porque uma diminuição da produção pode gerar aumento de preços e enfraquecer ainda mais as políticas públicas de abastecimento interno e de distribuição de alimentos, afirma o professor.
Para De Paula, o governo deveria incentivar o plantio desses grãos e incorporar uma parte para reabastecer os estoques públicos de alimentos, que estão esvaziados há mais de cinco anos.

A ideia é que as reservas de alimentos sejam distribuídas para pessoas em situação de vulnerabilidade ou vendidas a mercados quando os preços sobem.

Já para Serigati, da FGV, a garantia da segurança alimentar está mais relacionada à distribuição de renda. “O importante não é que a economia produza A ou B, mas sim renda. Países europeus, como Dinamarca, Holanda, não produzem tanto, mas têm renda para comprar alimentos”, afirma.

De Paula concorda que é preciso ter políticas de distribuição de renda, mas entende que abrir mão de estimular a produção de alimentos básicos pode gerar uma crise de abastecimento e dependência de importação – o que, para ele, não seria bom em momentos de fechamento de fronteiras, como visto durante a pandemia.

“Mesmo que você tenha a distribuição de renda, ficaríamos mais dependentes da variação do dólar”, diz. Para ele, nesse caso, quando o dólar tivesse uma alta, o arroz também encareceria, o que foi visto em 2020 e 2021, por exemplo.

O Brasil já importa um pouco de arroz dos parceiros do Mercosul (Argentina, Paraguai e Uruguai), mas o feijão carioca, por exemplo, só é produzido aqui.

Especialistas entrevistados sugerem diferentes soluções para manter agricultores nas lavouras de arroz e feijão:

1) Incentivo público para aumentar a área plantada;

2) Estímulo à agricultura familiar;

3) Apoio à produção de fertilizantes;

4) Reforma tributária;

5) Abertura de mercados.

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Fonte: Por Paula Salati e Vivian Souza, g1

Sistema ajuda seleção de cacau de qualidade

Sistema ajuda seleção de cacau de qualidade

Ferramenta identifica características do cacau relacionadas à forma, cor, textura, densidade e anomalias como mofo e insetos.

No ramo de pequenos negócios de chocolate bean to bar (do grão à barra), a classificação das amêndoas de cacau é uma etapa crucial para o controle de qualidade. A técnica tradicional é feita por uma pessoa que analisa visualmente cada uma das amostras num período de uma hora, em média, por lote. Mas um novo sistema desenvolvido pelo Centro de Inovação do Cacau (CIC), na Bahia, garante reduzir o tempo em mais de 50% com um classificador automático.

Baseado em machine learning(aprendizado de máquina), o equipamento GroundEye S já era usado para detectar defeitos em grãos como soja, arroz, feijão e milho. Após adaptações no CIC em parceria com a empresa de tecnologia para o agronegócio TBIT, foi possível desenvolver um software para o cacau.

Sobretudo, a ferramenta identifica características das amêndoas relacionadas à forma, cor, textura, densidade e anomalias como mofo e insetos. Para ser considerado de alta qualidade, o produto deve ter coloração marrom escuro e interior compartimentado, por exemplo.

Em relação ao quesito agilidade, a máquina trouxe grande vantagem. No modelo tradicional, um lote com 300 amêndoas, que devem ser cortadas ao meio e analisadas uma a uma, leva cerca de 1 hora e 20 minutos para ser classificado. O CIC recebe 160 amostras diariamente e tem prazo de até dez dias para entregar o resultado.

Com o equipamento, o processo é feito em menos de 20 minutos, já considerando o corte que segue manual. Além disso, o classificador automático oferece precisão, pois elimina o viés humano, e agiliza as negociações para pequenos produtores, que terão o resultado das análises em menos tempo.

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Fonte: Canal Rural