A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) prevê um crescimento da ordem de 2,8% do Produto Interno Bruto (PIB) da agropecuária em 2022, sustentado em boa medida pela maior produção de milho e de trigo no segundo semestre do ano, disse o coordenador do Núcleo Econômico da entidade, Renato Conchon.
Nesta quinta-feira (1º), o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou que o PIB da agropecuária subiu 0,5% no segundo trimestre de 2022 ante o primeiro trimestre.
Na comparação com o segundo trimestre de 2021, recuou 2,5%.
No primeiro trimestre, o PIB do setor caiu 0,9% ante o quarto trimestre de 2021 e recuou 8% em relação ao primeiro trimestre de 2021.
Já o PIB brasileiro registrou alta de 1,2% no segundo trimestre de 2022 ante o primeiro trimestre deste ano e avanço de 3,2% na comparação com igual período de 2022.
“Para o PIB da agropecuária, estávamos estimando para 2022 uma alta um pouco acima do mercado, de 3,3%. Devemos rever esse crescimento um pouco para baixo, para 2,8% mais ou menos”, disse Conchon.
Recuo do PIB
O recuo de 2,5% do PIB da agropecuária ante o segundo trimestre do ano passado se deu principalmente pelas menores produção de soja e arroz no Sul do Brasil e de soja em Mato Grosso do Sul, segundo Conchon.
“A safra colhida em 2021 teve um atraso, mas ainda assim foi muito boa, tanto para a soja quanto para o arroz; a produção de soja foi recorde e a de arroz, uma das maiores da história. Já neste ano, voltamos para a janela normal de plantio, mas houve problemas climáticos no Sul do Brasil e em Mato Grosso do Sul”, argumentou o coordenador da CNA.
Para o terceiro trimestre, cujos resultados devem ser divulgados em dezembro, há expectativa de que a colheita de uma grande segunda safra de milho contribua para o crescimento do PIB da agropecuária no período, tendo em vista que em 2021 houve quebra da produção.
No quarto trimestre do ano, espera-se que os preços remuneradores do trigo, sustentados pela guerra na Ucrânia, levem a uma maior produção do cereal no Brasil, “se o clima ajudar”, de acordo com Conchon.
“Os produtores, dado o preço, estão se preparando para um plantio bem substancial de trigo”, comentou.
As vendas de carnes, sustentadas pelo consumo das famílias e queda de desemprego, também devem contribuir para o PIB do setor.
PIB do Brasil
A alta de 1,2% do PIB nacional no segundo trimestre surpreendeu a CNA, que esperava um crescimento um pouco menor, assim como o mercado.
Com isso, a entidade deve revisar para cima sua estimativa de crescimento de 2,1% do PIB brasileiro em 2022, para perto de 2,3%, considerando um incremento do PIB no terceiro trimestre e estabilidade no quarto trimestre.
“O consumo das famílias é o principal ponto que puxa esse crescimento, por conta de auxílios associados à queda de desemprego, e deve ser positivo também no terceiro trimestre, com a inflação crescendo menos”, ponderou.
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Fonte: Canal Rural