Área destinada ao algodão deve atingir 1,3 milhão de hectares na safra 2022/23

Área destinada ao algodão deve atingir 1,3 milhão de hectares na safra 2022/23

Área destinada ao cultivo de algodão na safra 2022/23 em Mato Grosso devem crescer 10,39% ante a 2021/22 e chegar a 1,3 milhão de hectares. Preço atrativo da pluma, diante um mercado mundial de oferta incerta, é o principal propulsor para a projeção de recorde de área e produção da fibra, estimada em 5,42 milhões de toneladas de algodão em caroço, no estado.

Os números constam na primeira perspectiva para a safra 2022/23 do algodão em Mato Grosso, divulgados pelo Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) nesta segunda-feira (05).

Dos 1,3 milhão de hectares previstos devem ser destinados para a primeira safra 158,9 mil hectares e para a segunda safra 1,14 milhão de hectares.

“Esse aumento é reflexo, principalmente, do preço atrativo da pluma, pautado pelas incertezas quanto a oferta mundial da fibra, que no momento encontra-se limitada e sendo pressionada pela diminuição na produção dos Estados Unidos e Índia (grandes exportadores mundiais) que tiveram as suas produções impactadas pelas adversidades climáticas”, diz o Imea.

O maior aumento de área deverá ocorre na região nordeste do estado em 137,73% na safra 2022/23 no comparativo com a 2021/22, atingindo 127,9 mil hectares. As principais regiões produtoras seguem sendo a oeste com 429,8 mil hectares e a médio-norte com 328,3 mil hectares, alta de 9,15% e 4,01% respectivamente.

Algodão em caroço cresce 21,26%

Com a probabilidade de aumento de área, estima-se uma produção de 5,42 milhões de toneladas de algodão em caroço, incremento de 21,26% ante a estimativa da safra 2021/22.

Somente em pluma 2,1 milhões de toneladas são esperadas.

Produtividade na safra 2022/23

No que tange a produtividade para o próximo ciclo a mesma foi estimada em m 278,23 arrobas por hectare, correspondendo a um acréscimo de 9,92% frente a safra 2021/22.

“Contudo, a princípio essa projeção do rendimento fica limitada, uma vez que há fatores incertos que podem afetar a safra, como: evolução da semeadura, as condições climáticas no decorrer da temporada e ocorrência de anomalias, pragas e doenças”, traz o panorama do Imea.

Estimativa da Safra 2021/22 traz consolidação

O Imea também divulgou nesta segunda-feira (05) a décima primeira estimativa da safra 2021/22 do algodão para o estado, que trouxe consolidação comparada a previsão passada, contudo 22,41% superior ao registrado no ciclo anterior. A área ficou em 1,18 milhão de hectares.

“Cabe destacar que esse incremento na área é reflexo, principalmente, do atrativo preço da pluma, em conjunto com a antecipação da semeadura neste ciclo, o que incentivou os cotonicultores a investirem nas áreas do algodão”, frisa o Imea.

A produtividade média para a safra do estado foi revisada para 253,16 arrobas por hectare, 4,57% e 8,83% inferior a última estimativa e ao ciclo passado, respectivamente. “Esse menor rendimento é pautado pelas adversidades climáticas que atingiram grande parte das lavouras do estado, principalmente, a região oeste, maior produtora mato-grossense, e a mais afetada pela escassez hídrica registrada em abr-22, obtendo a menor estimativa de produtividade do ciclo (230,93 arrobas por hectare)”.

O Instituto salienta que com o reajuste na área e produtividade do ciclo, a produção da safra 2021/22 ficou prevista em 4,47 milhões de toneladas, 4,59% menor do que a última estimativa, devido à redução na produtividade. “Contudo, esse volume é 11,60% superior ao da safra 2020/21, puxado pela elevação da área cultivada nesta temporada”.

Sua empresa possui problemas com produtividade em sua produção? Conheça nosso serviço de Revisão Estratégica.

Fonte: Viviane Petroli, de Rondonópolis (MT) – Canal Rural

Brasil será autossuficiente em trigo em até 5 anos, diz presidente da Embrapa

Brasil será autossuficiente em trigo em até 5 anos

Depois que o Brasil adaptou a produção do trigo ao solo do Cerrado, o país passou a contar com a possibilidade da autossuficiência

A previsão é do presidente da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Celso Luiz Moretti.

“Esse ano nós temos uma demanda estimada de 13 milhões de toneladas, mas o Brasil já vai produzir 9 milhões de toneladas. Ou seja, nós acreditamos que com essa velocidade, com esse crescimento que estamos vendo nos últimos anos é possível que em 5 anos o Brasil seja autossuficiente na produção de trigo”, previu.

Segundo o presidente da Embrapa, depois que o Brasil adaptou a produção do trigo ao solo do Cerrado, o país passou a contar com a possibilidade da autossuficiência.

Tradicionalmente, o trigo é produzido em regiões mais frias, como no sul do Brasil, na Argentina, Canadá, Estados Unidos, Rússia e Ucrânia.

O grão é uma das poucas commodities que o Brasil importa.

“Há mais de 40 anos nós começamos a trabalhar com o melhoramento genético do trigo para fazer adaptação. E a partir de 2010, quando começamos a trazer o trigo ao Cerrado, começamos a desenvolver variedades adaptáveis. E isso tem crescido de forma bastante interessante, e que até impressiona as pessoas no mundo, que conhecem o trigo produzido em regiões frias. E a Embrapa mostrou que é possível produzir e colher trigo nos trópicos”, explicou.

A produção mundial de trigo gira em torno 779 milhões de toneladas. Com a guerra entre Rússia e Ucrânia — que respondem por 30% dessa produção — os preços aumentaram, e com o aumento da produção interna, o Brasil pode ter capacidade melhorada de importação e consumo interno.

Embrapa premiada
Especializada em desenvolver tecnologias que aumentem a produtividade, melhorem a qualidade e garantam a sustentabilidade da agricultura e pecuária, a empresa teve a pesquisadora Soja Mariangela Hungria incluída no ranking dos 100 principais cientistas em fitotecnia e agronomia do mundo.

Hungria é a única cientista da América do Sul na lista. O ranking foi publicado pelo research.com, site com contribuições mundiais da ciência.

O presidente da Embrapa lembrou que a pesquisa que levou Mariangela Hungria a fazer parte da lista, a fixação biológica de nitrogênio, foi desenvolvida pela empresa.

“Foi uma tecnologia que começamos a trabalhar na década de 1990. É uma bactéria que é colocada junto com as sementes no solo, e como a maior parte do ar que nos circunda é nitrogênio, a bactéria captura o nitrogênio e entrega para a planta da soja. E isso reduz a necessidade do uso de adubo químico. Além de o produtor brasileiro economizar recursos, nos contribuímos para a redução de gases do efeito estufa”, disse.

De acordo com Moretti, o Brasil vem se preparando com a ajuda da Embrapa para produzir com mais sustentabilidade, para ter uma agricultura digital, a partir do uso de drones, sensores, internet das coisas, inteligência artificial, e, por fim, a chamada biorevolução, que avança no uso da edição genômica das plantas e animais para ter produção mais produtiva, resistente e adaptada às mudanças climáticas.

Fonte: AGÊNCIA BRASIL

Coopercitrus capta R$174 mi junto ao Bradesco em sua 1ª emissão atrelada a metas ESG

Coopercitrus capta R$174 mi junto ao Bradesco em sua 1ª emissão atrelada a metas ESG

A Coopercitrus, uma das maiores cooperativas de produtores rurais do Brasil, captou R$ 174 milhões em empréstimos junto ao banco Bradesco em sua primeira emissão amparada por metas de governança ambiental, social e corporativa (ESG, na sigla em inglês), informou à Reuters nesta sexta-feira (12). Entre as metas do projeto, estão a restauração de áreas degradadas e a recuperação de nascentes.

“A captação tem como objetivo financiar o cooperado na compra de insumos e, com isso, promover o desenvolvimento e enfatizar a transparência e integridade de empréstimos vinculados à sustentabilidade“, disse.

Segundo o consultor em sustentabilidade da Coopercitrus, Boris Wiazowski, a operação é vinculada a um título de Cédula de Produto Rural (CPR), que permite a antecipação de recursos ao produtor ou a uma cooperativa mediante um compromisso de resgate.

“Dois indicadores que foram colocados como metas foram restauração de áreas degradadas e a recuperação de nascentes, dois projetos que a cooperativa já tocava”, disse ele.

“O que a gente fez foi aumentar o percentual de resultado dos projetos em relação ao nosso histórico, de 30% a 50% de aumento sobre o ano anterior”, acrescentou.

Com isso, ele destacou que a cooperativa conseguiu uma taxa de juros mais competitiva que a média do mercado. A Coopercitrus não revelou quais foram as taxas da operação.

Os empréstimos estão amparados tanto pela iniciativa Sustainability Linked Loan Principles (SLLPs), da Loan Market Association, como por uma avaliação independente de uma Second-party Opinion (SPO).

Desde 2019, a cooperativa mantém iniciativas ambientais e sociais através da Fundação Coopercitrus. Por meio dela, cooperados têm acesso a projetos de recuperação de nascentes e reflorestamento em áreas degradadas que contribuem com o aumento da disponibilidade de água e mitigação das mudanças climáticas.

A cooperativa conta com cerca de 38 mil cooperados e unidades de negócios em mais de 65 municípios, nos Estados de São Paulo, Goiás e Minas Gerais.

Fonte: Nayara Figueiredo, da Reuters